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Coisa boa é aprender, pensar a partir dos movimentos e segredos da natureza. Afinal dela fazemos parte, também somos naturais , embora na maior parte do tempo esqueçamos disto, em geral agimos e pensamos como se estivessemos acima e fora dela. Quanta tolice!
Fato é que antes de minha ida até Salvador, ao sair de casa e me despedir da quaresmeira que vive diante dela ( não posso chama-la de minha quaresmeira, nada é nosso de fato) vi que ela estava carregada de botões, fiquei feliz mas lamentei que todos se abririam logo e eu não veria o esplendor de sua florada.
Surpresa grande tive ao retonar, a natureza fora mais lenta do que eu pensara, a florada estava ali, pela ausência de pétalas no chão intui que eclodiram naquela tarde. Poderia ter inflado meu ego e fantasiado que havia a quaresmeira me esperado para florir, ri de mim mesmo e me neguei a tal ato de arrogância, conheço estes caminhos de pensamento que tanta aridez na alma nos causam depois... sabiamente o abandonei.
Escolhi outra sinapse, outra trilha de pensamento para dar sentido ao que via. Afinal segundo o Genesis , na visão poética da criação, o Trabalho original de Adão é nominar as criaturas,dar sentido as co-existências.
Pensei na sabedoria dos ritmos, dos ciclos , do tempo de todas as coisas, do movimento lento da natureza. Sorri ao perceber que tantas vezes sofri porque queria algo em pressa, e tudo parecia sempre tão distante, tão longínquo, tão demorado... por vezes cansei da espera, desisiti do que queria e temo que quando me fora dado de forma diversa aquilo que queria, não o reconheci, a ansiedade me fizera dele esquecer.
Felizmente como estou inserido na natureza, estou envelhecendo, me renovando, me percebendo.
Respirei fundo, contemplei a quaresmeira e fiquei calmo, mais calmo do que já ando, tranquilo por ver confirmado o sentimento que ando intuindo :
Por vezes (e na maioria deles) o tempo age como nosso amigo, e não o contrário, para a obtenção de nossos anseios. Nem que seja ele assim, simples, pequenino, mas grandioso no prazer que provoca, como este de contemplar uma florada.
Aos poucos intuo o que seja de fato uma vida eterna. Mas isto é assunto "pruma" outra conversa !
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Um comentário:
é isso aí, constatamos que a idade nos dá tranquilidade, diminui a ansiedade e podemos aproveitar melhor a vida, ver o entorno, nos alegrar com pequenas coisas...
tá linda a 'sua' árvore!
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